Cientistas descobrem ‘cidade perdida’ nas profundezas do Oceano Atlântico que não se parece com nada já visto na Terra

É realmente surpreendente que apenas cinco por cento dos nossos oceanos tenham sido explorados até agora, especialmente considerando o fascínio contínuo das pessoas pelo que reside nas profundezas aquáticas. Essa vasta e misteriosa extensão do planeta esconde uma diversidade de vida e ecossistemas que ainda permanecem desconhecidos.

 

Especialistas acreditam que o ambiente da Cidade Perdida nos ajudará a entender mais sobre ecossistemas em outras partes do universo.

 

Os mitos e lendas sobre o que ocorre sob o mar continuam a capturar a imaginação coletiva, levando muitos a acreditar em cidades submersas como a lendária Atlântida, que ainda é considerada por alguns como um local real que pode estar escondido em algum lugar nas profundezas do oceano.

Recentemente, cientistas fizeram uma descoberta intrigante ao encontrar uma “cidade perdida” no Oceano Atlântico. Essa estrutura subaquática não é apenas uma formação geológica fascinante, mas também serve como habitat para uma variedade de animais marinhos. A presença dessa “cidade” sugere que a biodiversidade nos oceanos pode ser ainda mais rica do que se pensava anteriormente.

Além disso, a descoberta levanta a possibilidade de que criaturas marinhas curiosas, como o imaginário Caranguejo Sebastian — famoso pelo seu papel no filme “A Pequena Sereia” — possam existir nessa região, habitando os recantos desconhecidos dessa cidade submersa. Isso reforça a ideia de que ainda temos muito a aprender sobre os oceanos e os seres que os habitam, tornando urgente a necessidade de exploração e pesquisa nesses ambientes inexplorados.

Esta “Cidade Perdida” consiste em impressionantes estruturas rochosas que se encontram a oeste da cordilheira da Dorsal Mesoatlântica. Esta cordilheira, uma vasta cadeia montanhosa subaquática, se estende ao longo do meio do oceano Atlântico, atuando como uma divisão geológica entre a placa tectônica norte-americana e as placas eurasiana e africana.

As formações nessa “cidade” incluem enormes muralhas e colunas majestosas, além de monólitos imponentes, com alguns deles medindo mais de 60 metros de altura. Essas estruturas rochosas despertam o interesse dos cientistas por sua aparência que lembra construções feitas pelo homem, embora não tenham origem humana.

Infelizmente, para aqueles que esperam encontrar vestígios de uma antiga civilização humana submersa, esta não é uma cidade coberta pelo aumento do nível do mar. Apesar disso, a descoberta dessa formação geológica é notável e de grande importância para a pesquisa científica.

Identificada como “Cidade Perdida” após sua descoberta em 2000, essa região subaquática é considerada, segundo informações do Science Alert, o ambiente de ventilação com vida mais longa no oceano. Isso significa que, ao longo de milhares de anos, essa área tem sustentado uma rica biodiversidade e ecossistemas únicos que se desenvolveram em condições extremas, tornando-a um ponto de interesse para estudos sobre a vida marinha e os processos geológicos que ocorrem nas profundezas do oceano. Essa descoberta ressalta a importância de continuar a explorar e entender os oceanos, que ainda guardam muitos segredos a serem revelados.

 

O meio ambiente só foi descoberto há 24 anos.

 

Não existe nada semelhante em nosso planeta, e acredita-se que a “Cidade Perdida” possa oferecer insights valiosos sobre ecossistemas que podem existir em outros planetas do universo.

Nesse ambiente subaquático único, caracóis e comunidades microbianas prosperam, alimentando-se das emissões das aberturas hidrotermais, que liberam hidrogênio, metano e uma variedade de outros gases. Essas aberturas, que são fissuras na crosta terrestre, criam um ambiente rico em nutrientes que sustenta a vida em condições onde a luz solar não chega.

Embora o oxigênio esteja ausente neste ecossistema profundo, a “Cidade Perdida” abriga também animais de maior porte, como caranguejos (confirmando a presença de criaturas semelhantes ao Caranguejo Sebastian), enguias e camarões. No entanto, esses organismos maiores são mais difíceis de localizar, o que torna a exploração e o estudo da fauna local ainda mais desafiadores.

Diferentemente de muitos ecossistemas conhecidos, os hidrocarbonetos encontrados nesta região não são gerados pela luz solar, mas sim por reações químicas que ocorrem no fundo do mar. A “Cidade Perdida” se situa entre 750 e 900 metros abaixo da superfície da água, posicionando-se na borda da chamada “zona da meia-noite”, onde a luz solar não penetra, atingindo cerca de 1.000 metros de profundidade. Isso resulta em um ambiente escuro e frio, onde a vida se adapta a condições extremas.

Essas reações químicas são fundamentais para a produção de energia, permitindo que organismos como bactérias quimiossintéticas prosperem sem a necessidade de luz solar. Esses organismos transformam substâncias químicas em energia, servindo como base da cadeia alimentar local.

Além de destacar a adaptação de formas de vida a ambientes inóspitos, a “Cidade Perdida” pode oferecer pistas sobre as origens da vida na Terra. Através do estudo dessas comunidades, os cientistas podem investigar como a vida começou em nosso planeta há aproximadamente 3,7 bilhões de anos, quando os primeiros organismos unicelulares surgiram em ambientes semelhantes. Essa conexão entre a vida moderna e a história primitiva da Terra torna a “Cidade Perdida” um local crucial para a pesquisa em biologia, evolução e astrobiologia, ampliando nossa compreensão não apenas sobre a Terra, mas também sobre a possibilidade de vida em outros mundos.

 

Pode ser encontrado no fundo do Oceano Atlântico.

 

O microbiologista William Brazelton, em uma entrevista ao The Smithsonian em 2018, destacou a relevância da “Cidade Perdida” ao afirmar: “Este é um exemplo de um tipo de ecossistema que poderia estar ativo em Encélado ou Europa (as luas de Saturno e Júpiter) neste exato momento, e talvez em Marte no passado.” Essa observação sugere que as condições encontradas nesse ambiente subaquático podem ser semelhantes às que potencialmente sustentam vida em outros corpos celestes, o que intensifica o interesse científico pela pesquisa de vida extraterrestre.

Em homenagem à mitologia grega, o monólito mais alto da “Cidade Perdida” foi nomeado Poseidon, em referência ao deus grego do mar, simbolizando a conexão entre essa descoberta geológica e as narrativas culturais que envolvem os oceanos.

Recentemente, houve um movimento crescente para que a “Cidade Perdida” seja reconhecida como Patrimônio Mundial, visando proteger este local raro e valioso. Essa iniciativa surge da preocupação de que as atividades humanas frequentemente resultem na degradação do meio ambiente marinho, e a pressão para explorar e extrair recursos pode ameaçar ecossistemas frágeis. Infelizmente, muitos especialistas acreditam que já pode ser tarde demais para implementar proteções eficazes, considerando a crescente exploração dos oceanos.

Em 2018, a Polônia recebeu os direitos de gestão do mar profundo ao redor da área da “Cidade Perdida”. Embora as autoridades polonesas não tenham permissão para intervir diretamente nas estruturas subaquáticas, mudanças em seu entorno podem ter consequências severas. Por exemplo, a atividade pesqueira, a poluição e o desenvolvimento industrial nas proximidades podem afetar a dinâmica do ecossistema, prejudicando as comunidades microbianas e a fauna que dependem das condições específicas desse ambiente. Essa situação destaca a necessidade urgente de um gerenciamento cuidadoso e sustentável da região, a fim de preservar não apenas a “Cidade Perdida”, mas também os segredos que ela pode revelar sobre a vida em nosso planeta e além.

 

 

Cientistas descobrem que o ‘Portal do Inferno’ está se expandindo tão rapidamente que pode ser visto do espaço

 

Um poço conhecido como ‘Portal para o Inferno’ foi recentemente estudado por cientistas, que descobriram que ele está se expandindo rapidamente. Essa expansão gera preocupações significativas sobre as implicações para o meio ambiente do nosso planeta azul.

O ‘Portal para o Inferno’, também denominado ‘Cratera Batagaika’, está localizado nas terras altas de Yana, na região da Sibéria, e é reconhecido como o maior exemplo de seu tipo. A cratera se formou devido ao derretimento do permafrost, um fenômeno que se intensificou nas últimas décadas devido ao aquecimento global. Isso resulta na liberação de grandes quantidades de gás metano, um potente gás de efeito estufa, o que contribui ainda mais para as mudanças climáticas.

Com uma largura de aproximadamente 200 acres e uma profundidade de cerca de 300 pés, a Cratera Batagaika está crescendo em uma taxa alarmante, estimada em cerca de 30 metros por ano. Esse aumento não só afeta a geografia da região, mas também pode ter consequências devastadoras para a fauna e flora locais, além de impactar as comunidades que dependem do ecossistema siberiano.

Além disso, a expansão da cratera representa um indicador preocupante das mudanças climáticas em curso. À medida que o permafrost derrete, libera não apenas metano, mas também carbono armazenado há milhares de anos, potencialmente acelerando ainda mais o aquecimento global. A situação exige atenção urgente, pois as consequências da degradação ambiental na Sibéria podem ter repercussões globais, afetando padrões climáticos, ecossistemas e a vida humana em diversas regiões do planeta.

 

O poço continua a crescer. (Alexander Gabyshev, Instituto de Pesquisa de Ecologia Aplicada do Norte).

 

Então, aqui está a ciência por trás disso.

O poço se formou pela primeira vez quando algo chamado solo ‘permafrost’ na tundra siberiana começou a liberar grandes quantidades de metano previamente congelado na atmosfera da Terra.

Você pode conhecer o metano como um dos gases que soltamos quando peidamos, mas é algo muito mais sério em grandes quantidades. É um poderoso gás de efeito estufa – mais poderoso e prejudicial do que o dióxido de carbono.

Uma nova pesquisa descobriu que, à medida que a cratera continua a se aprofundar, a quantidade de metano e gases de carbono liberados na atmosfera atingiu entre 4.000 e 5.000 toneladas a cada ano.

David Attenborough estava certo, o mundo em que vivemos pode estar em apuros.

De acordo com o autor principal do estudo, as descobertas “demonstram a rapidez com que ocorre a degradação do permafrost”.

O glaciologista Alexander Kizyakov é o homem em questão e alertou que a cratera pode vazar em breve todo o gás de efeito estufa restante que ela deixou contido.

Trabalhando com outros 12 pesquisadores no novo estudo, que foi publicado no mês passado no periódico Geomorphology, eles descobriram que a cratera quase atingiu o leito rochoso, o que significa que estamos quase no fim do crescimento descendente do poço.

No entanto, o professor da Universidade Estadual de Moscou Lomonosov, na Rússia, disse que isso não significa que ela parou de se expandir.

“Expansão ao longo das margens e da encosta é esperada”, disse ele ao Atlas Obscura.

“Essa expansão lateral também é limitada pela proximidade do leito rochoso, cujo topo aparentemente sobe até a sela entre as montanhas mais próximas, cerca de 550 metros [1805 pés] morro acima.”

Considerando que já é possível ver o “Portal do Inferno” do espaço, os sinais de que ele está prestes a crescer e causar mais danos ao planeta não são os ideais.

 

O poço é visível do espaço e deve ficar ainda maior.

 

A equipe de pesquisa desenvolveu um modelo 3D de como o permafrost gelado cedeu nas últimas décadas, usando dados de várias fontes independentes.

Dados coletados de satélites e voos de drones foram combinados com amostras de permafrost e solo, com todos os dados inseridos no modelo de computador.

Isso ajudou a prever os próximos estágios da estrutura geológica e seu permafrost derretido para que eles pudessem descobrir quais materiais estão sendo descongelados e o que está sendo liberado na atmosfera.

Kizyakov falou sobre os resultados para a Popular Science, dizendo que eles demonstram “quão dinamicamente as formas de relevo em áreas de permafrost mudam”.

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