Uma significativa “explosão solar” está prevista para atingir a Terra no final desta semana, após uma poderosa erupção que ocorreu na noite de terça-feira, 1º de outubro, no Sol.
Este fenômeno não é uma ocorrência isolada em 2024; em maio, uma tempestade solar foi lançada em direção ao nosso planeta, resultado de uma sequência de ejeções de massa coronal (CMEs). Essas ejeções ocorreram após a fusão de duas grandes manchas solares, um evento que intensificou a atividade solar.
Devido a essa nova explosão solar, há a possibilidade de que muitos de nós no Reino Unido consigamos vislumbrar a aurora boreal, um espetáculo natural que é raro em nossas latitudes. Essa interação entre partículas carregadas do Sol e a atmosfera da Terra pode criar impressionantes exibições de luz no céu, proporcionando uma oportunidade única de apreciar um fenômeno que geralmente é associado a regiões mais ao norte.
No entanto, estamos nos preparando novamente para enfrentar uma “tempestade geomagnética extrema” após a mancha solar AR3842, uma área escura e de rápido crescimento com campos magnéticos intensos na superfície do Sol. Essa mancha gerou a segunda erupção mais poderosa registrada nos últimos cinco anos, aumentando as preocupações sobre seus possíveis impactos na Terra.
As erupções solares são classificadas em categorias que vão de A a X, sendo a classe X a mais intensa. Eruptivas dessa magnitude podem causar apagões de rádio significativos e danos extensos a satélites, espaçonaves, e até mesmo a redes elétricas em nosso planeta.
As classes M, C e B seguem a categoria X, em ordem decrescente de severidade. Cada uma dessas classes possui uma escala interna que varia de um a nove, permitindo uma descrição mais precisa da intensidade da erupção. Por exemplo, uma erupção classificada como X1 é menos intensa do que uma classificada como X9, mas ambas têm o potencial de causar efeitos severos na tecnologia e na infraestrutura da Terra. Com a crescente atividade solar, é fundamental monitorar essas erupções para mitigar possíveis impactos.
O maior flare solar desde 2019 ocorreu em maio deste ano, quando um evento de classe X8.9 foi direcionado para a Terra. Em comparação, o flare que aconteceu na terça-feira foi classificado como X7.1, conforme informações divulgadas pela NASA.
Esse flare recente já teve um impacto significativo, provocando um apagão de rádio de ondas curtas que afetou a comunicação sobre o Havaí. Além disso, gerou uma ejeção de massa coronal (CME), uma explosão de plasma e campos magnéticos que são lançados para o espaço. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) prevê que essa CME deve alcançar nosso planeta entre o início e o meio do dia de sábado, 5 de outubro.
A intensidade desses flares solares e suas consequências, como os apagões de rádio e a chegada de CMEs, ressaltam a importância de monitorar a atividade solar, uma vez que esses eventos podem impactar não apenas a comunicação, mas também a tecnologia espacial e as redes elétricas na Terra.
Conhecidos como os maiores eventos explosivos do sistema solar, as ejeções de massa coronal (CMEs) estão se movendo em direção à Terra a velocidades impressionantes, que podem chegar a centenas de quilômetros por segundo. Essas CMEs são explosões massivas de plasma e campos magnéticos que são ejetados da coroa solar. Quando elas colidem com a magnetosfera da Terra — a região ao redor do nosso planeta que é dominada pelo seu campo magnético — ocorrem tempestades geomagnéticas.
Essas tempestades podem desencadear fenômenos visuais impressionantes, como as auroras boreais e austrais, conhecidas como Luzes do Norte e Luzes do Sul, respectivamente. No entanto, além da beleza estética, essas tempestades geomagnéticas também trazem riscos significativos. Elas podem causar interrupções nas comunicações via satélite, afetando serviços essenciais e sistemas de navegação. Além disso, há o potencial de danos a redes elétricas, que podem resultar em apagões generalizados.
A iminente tempestade solar é um forte indicativo de que o Sol entrou na fase de máximo solar, que é o período do seu ciclo de 11 anos em que a atividade solar se intensifica. Durante essa fase, a ocorrência de flares solares e CMEs aumenta significativamente.
Embora os cientistas tivessem inicialmente previsto que o máximo solar ocorreria em julho de 2025, a atividade solar tem se intensificado rapidamente ao longo deste ano. Isso levou os especialistas a reavaliar suas previsões, considerando que o Sol pode estar entrando nessa fase mais cedo do que o esperado. A contínua monitorização da atividade solar é crucial para entender os impactos potenciais dessas mudanças e para preparar a infraestrutura da Terra para possíveis consequências.
Até agora, em 2024, foram registradas 41 erupções solares de classe X, um número que supera a soma total dessas erupções nos últimos nove anos, conforme reportado pelo site spaceweather.com. Essa quantidade significativa de erupções indica uma atividade solar muito acima da média, uma vez que, em condições normais, são esperadas apenas cerca de 10 erupções de classe X por ano.
Essas erupções, que são as mais potentes na escala de classificação, podem ter consequências graves, incluindo interrupções nas comunicações e danos a satélites e redes elétricas. A atividade solar intensa é um indicativo de que estamos em uma fase de máximo solar, que é um período em que a atividade solar atinge seu pico durante um ciclo de 11 anos.
Com a previsão de que esse máximo solar dure pelo menos mais um ano, especialistas alertam que podemos esperar um aumento contínuo na frequência de erupções solares poderosas, bem como na ocorrência de ejeções de massa coronal (CMEs) e tempestades geomagnéticas. Esses fenômenos têm o potencial de afetar a Terra de diversas maneiras, aumentando a necessidade de monitoramento constante e preparação para mitigar os impactos na infraestrutura tecnológica e nas comunicações. Portanto, é importante estar atento às atualizações sobre a atividade solar nos próximos meses e anos.