Um dos problemas ambientais mais debatidos atualmente é a quantidade de plástico presente nos oceanos. Muitas pessoas já estão cientes de que as milhões de toneladas de resíduos que chegam a esses ambientes anualmente causam danos irreparáveis à vida marinha.
No entanto, existe outro problema, menos divulgado, que traz consequências sérias para os ecossistemas aquáticos: a ocorrência de zonas mortas.
Um estudo publicado, em 2018, na revista Science revela que o tamanho das áreas sem oxigênio nas águas abertas do oceano quadruplicou desde a metade do século 20. Além disso, as zonas com níveis extremamente baixos de oxigênio próximas às costas aumentaram dez vezes.
Os autores do primeiro estudo que investiga em profundidade a falta de oxigênio nos oceanos alertam que isso pode levar a uma extinção em massa de espécies a longo prazo, ameaçando a vida de milhões de pessoas que dependem do mar para sua alimentação e sustento.
“Os maiores eventos de extinção na história da Terra estiveram ligados a climas quentes e à deficiência de oxigênio nos oceanos”, afirma Denise Breitburg, cientista do Centro de Investigação Ambiental Smithsonian, nos Estados Unidos, e principal autora do estudo.
“Se continuarmos nessa trajetória, é isso que poderemos enfrentar. No entanto, as consequências para os seres humanos ao seguir esse caminho são tão severas que é difícil acreditar que chegaremos a esse ponto.”
Vida Asfixiada: O Desafio das Zonas Mortas nos Oceanos
As zonas mortas são vastas áreas aquáticas que contêm pouco ou nenhum oxigênio. Elas recebem esse nome porque a maioria dos organismos não consegue sobreviver nelas; os animais que acabam nessas regiões frequentemente sufocam e morrem.
Embora zonas de baixo oxigênio ocorram naturalmente, especialmente nas águas a oeste dos continentes devido à rotação da Terra e suas correntes oceânicas, o que realmente preocupa é a rápida expansão dessas áreas desde 1950.
Os baixos níveis de oxigênio têm consequências diretas para a vida marinha. Os animais que habitam essas regiões tendem a crescer menos, enfrentam problemas reprodutivos e estão mais suscetíveis a doenças.
Mas como essa expansão das zonas mortas acontece?
As mudanças climáticas, resultado da atividade humana, são a principal responsável, especialmente nas águas abertas. À medida que as temperaturas da superfície aumentam, a água quente retém menos oxigênio, dificultando sua chegada às profundezas do oceano.
Essa situação alarmante exige nossa atenção. Proteger os oceanos é crucial para garantir a sobrevivência das espécies marinhas e a saúde dos ecossistemas que dependem deles. É hora de agir!
Alternativas de Soluções
Como se os efeitos mencionados anteriormente não fossem suficientes, a falta de oxigênio também pode fazer com que o oceano libere substâncias químicas nocivas, como o óxido de nitrogênio, um gás com efeito estufa que é 300 vezes mais potente que o dióxido de carbono.
No entanto, os especialistas acreditam que esse é um problema que pode ser resolvido.
“Para combater a mudança climática, é necessário um esforço global, mas até mesmo ações locais podem contribuir para reduzir a produção de oxigênio resultante do excesso de nutrientes”, afirma Breitburg.
Além de implementar medidas para mitigar o aquecimento global, os cientistas sugerem a criação de áreas marinhas protegidas, onde os animais possam se refugiar de níveis baixos de oxigênio e onde a pesca seria proibida.
Além dos impactos já citados, a falta de oxigênio pode fazer com que os oceanos liberem substâncias químicas perigosas, como o óxido de nitrogênio, que é um gás de efeito estufa com um potencial de aquecimento 300 vezes maior que o do dióxido de carbono.
Contudo, especialistas apontam que esse é um problema com soluções viáveis.
“Conter a mudança climática requer um esforço global, mas ações locais também podem ajudar a diminuir a produção de oxigênio provocada pelo excesso de nutrientes”, afirma Breitburg.
Além de adotar medidas para reduzir o aquecimento global, os cientistas recomendam a criação de áreas marinhas protegidas, onde os animais possam se refugiar de níveis baixos de oxigênio, e onde a pesca seria proibida.